Especialista em Gestão de Pessoas pela PUC Minas, Alessandra Ravaiane atua como gerente de Recursos Humanos na empresa Sydle. No comando da área de RH da empresa que já foi considerada 11 vezes pela Great Place To Work Institute uma das melhores para se trabalhar no Brasil, ela dá dicas para quem se interessa pela área e comenta sobre os desafios do mercado para gestores e colaboradores.

1) Quais suas principais atividades à frente da Gerência de RH da SYDLE?

O processo de Gestão de Pessoas da Sydle foi premiado por 11 anos consecutivos, sendo considerada atualmente como a melhor empresa de TI do Brasil para trabalhar, além de uma das melhores do Brasil e da América Latina entre outros segmentos. Esses prêmios são consequências de um trabalho sincero voltado para as pessoas. Antes de tudo, prezamos por ser uma empresa humana, e esse foco, vem do trabalho da gestão de RH. Então além de cuidar dos processos tradicionais, sejam eles de atração, recrutamento e seleção, treinamentos, avaliações, clima, etc., no nosso RH, procuramos ser próximos dos nossos colaboradores, criando e executando atividades que tragam leveza para a atuação das pessoas.

2) O curso de pós-graduação em Gestão de Pessoas/RH da PUC Minas é um dos pioneiros do estado de Minas Gerais. Como foi a sua experiência como aluna? Como o curso auxiliou na sua trajetória profissional?

Como sou formada em Psicologia, praticamente não tive matérias de RH ou de gestão na faculdade. É claro que é uma graduação que possibilita um olhar e uma escuta diferenciados, entre diversos outros aspectos fundamentais para área, mas faltava o viés de negócio. Então apesar da experiência prática com RH, com o tempo, senti que faltava alguns embasamentos e visões de negócio, foi quando procurei a pós-graduação do IEC, que atendeu minhas expectativas nesse sentido. O know how dos professores e as experiências compartilhadas são de grande valia. 

3) Enquanto profissional da área de RH, como você vê o futuro da área de Gestão de Pessoas. Quais os principais desafios para os próximos anos?

Além dos pontos vastamente discutidos e abordados a respeito da pouca retenção dessas últimas gerações, da necessidade de as empresas serem cada vez mais atrativas para seus candidatos, etc., que de fato exigem atenção da área de RH, vejo uma tendência que é a de jovens profissionais quererem fazer carreira fora do país. Temos perdido talentos devido a toda crise política do nosso Brasil e precisamos nos movimentar quanto a isso. 

4) Qual o recado você deixa para quem deseja ingressar e atuar na área e RH?

Sinto que quem está começando na área de RH, tem uma visão simplificada do que é essa carreira. RH não é apenas recrutar, selecionar e treinar. Um bom RH pode ser a chave para o sucesso de todo um negócio e pode ser parceiro do business. Então, entrando nessa área, preocupe-se em escutar as pessoas e não se prender apenas ao operacional de seu trabalho. Além disso, se tiver a chance de trabalhar de forma generalista, o faça, pois a visão do todo permitirá melhores críticas e percepções da organização. Preocupe-se também em ler, estudar sempre e ver as tendências do mercado, além de discutir com outros profissionais. Não fique somente no “mundo” da sua empresa, veja o que os outros RHs estão fazendo e aprimore aquilo que você já faz. O RH precisa ser estratégico dentro da organização, com importância no processo produtivo da empresa, com influência nos resultados e um parceiro do negócio.